No Brasil, estima-se o consumo de cerca de 720 milhões de copos descartáveis por dia, o que corresponde a 1500 toneladas de resíduos plásticos produzidos diariamente segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos (ABRELPE, 2018).
Esses copos são produzidos a partir de poliestireno, componente derivado do petróleo, que é uma fonte não renovável de matéria-prima. Produtos fabricados a partir desse material não são biodegradáveis, ou seja, não são decompostos pelos microorganismos presentes na natureza, o que faz com que o seu tempo no meio ambiente seja muito longo.
A Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que mais de oito milhões de toneladas de plásticos chegam aos oceanos todo ano. A causa disso tem origem no descarte incorreto de materiais usados no cotidiano como por exemplo: sacolas plásticas, canudos, embalagens de alimento e copos descartáveis.
No entanto, os microplásticos, aqueles que têm menos de cinco milímetros de diâmetro, também estão presentes no ambiente marinho. Eles podem ser encontrados na forma de pellets, pequenos grânulos plásticos – que são as formas básicas de comercialização – e resíduos de cosméticos, como esfoliantes.
Embora não tenham a aparência desagradável de outros resíduos, os microplásticos adquirem relevância por sua quantidade e persistência no ambiente marinho
Esse material pode causar a morte de animais como peixes, mamíferos marinhos e aves, que confundem os resíduos plásticos com alimentos e acabam ingerindo-os, o que pode bloquear o trato intestinal do animal, reduzir a absorção de nutrientes pelo organismo ou criar uma falsa sensação de saciedade, resultando em morte por falta de alimento. Além disso, os plásticos podem impedir ou dificultar a penetração de luz e as trocas gasosas, o que prejudica os organismos fixos, como recifes. Os microplásticos, especialmente, permitem que compostos químicos entrem na cadeia alimentar.
Essas substâncias hidrofóbicas (compostos químicos tóxicos) aderem às partículas plásticas levando a uma acumulação que pode alcançar um milhão de vezes o nível que normalmente apresentam quando dispersas na água, de forma que sua ingestão pode acarretar problemas hormonais nos organismos marinhos que os consomem, e, indiretamente, em humanos, já que muitos desses organismos, em especial os peixes, são comuns na dieta humana.
Para reverter essa situação, é preciso colocar em prática o conceito de redução, reutilização e reciclagem desses materiais e, a partir desse conceito, uma alternativa inicial seria a diminuição do consumo de copos descartáveis.