Infecção por influenza mais grave do que o de 2009 (gripe suína)
Nos Estados Unidos vem sendo observado, no período 2017/18, que a infecção pelos vírus da Influenza está levando a mais internações e mortes do que nos anos anteriores. É historicamente um dos mais graves períodos dessa infecção.
No hemisfério sul a ocorrência dos tipos dos vírus segue ao que acontece no hemisfério norte. Os EUA vivem o pior surto de Influenza dos últimos 13 anos (de quando se iniciou o controle) e os tipos do vírus tem a particularidade de ter o H3N2 como o mais freqüente: Influenza A com 87,5% (sendo Influenza A H1N1 8,9%, Influenza A H3N2 84,2%) e Influenza B com 12,5% do total.
A duração dos surtos que normalmente gira em torno de12 semanas passou para 22 semanas no atual. Outra diferença é que o H3N2 tem como características ser muito mais agressivo com taxas maiores de internação, mortalidade e complicações como pneumonias. De outra parte existem referências de que somente 10% das pessoas vacinadas no atual período terão algum grau de proteção (nos anos passados variava de 40 a 60%).
Apesar da limitação das vacinas na proteção o CDC USA recomenda que seja feita nos grupos de risco:
1) Todas as crianças de 6 meses a 59 meses
2) Todas as pessoas com mais de 50 anos
3) Adultos e crianças com doença crônica pulmonar (inclui asma), cardiológica, renal, hematológica, neurológica e metabólica (inclui diabetes mellitus)
4) Imunicomprometido (vacina de vírus morto)
5) Grávidas em qualquer momento da gestação.
6) Crianças e adolescentes recebendo aspirina cronicamente: risco de desenvolver síndrome de Reye.
7) Pessoas obesas com IMC > 40
8) Pessoas institucionalizadas e índios
Outro dado importante é o de que o H3N2, H1N1 e o B se mostraram muito sensíveis ao oseltamivir, zunavir e peramivir, que são indicados pelo CDC no tratamento das infecções por influenza nos pacientes com clínica mais grave e/ou os com dificuldades imunológicas.
Dr. Evandro Roberto Baldacci
Livre Docente USP