O mês de Outubro é Rosa e é Genético!
O mês de outubro é dedicado ao trabalho de conscientização da população em relação à importância dos exames periódicos das mamas, na detecção precoce do câncer,e é chamado de Outubro Rosa.
Um dos exames mais importantes é a mamografia, garantida por lei, e assegura que toda mulher brasileira tem o direito de realizar o exame pelo SUS, anualmente, a partir de 40 anos de idade. A mamografia é capaz de detectar um nódulo de menos de um centímetro, que pode ser retirado e o índice de cura é de cerca de 95%. De outra parte, os exames genéticos, também são importantes para a condução do tratamento de pacientes e da profilaxia em familiares.
Sabe-se que o câncer de mama, assim como vários tipos de cânceres, tem sua etiologia baseada em predisposição genética e em fatores ambientais, associados ao estilo de vida e a idade.
As evidências dos componentes genéticos no câncer de mama estão fundamentadas pelo fato de que, mulheres com parentes em primeiro grau, com câncer de mama, tem risco aumentado de três a dez vezes de desenvolver nódulos tumorais, em relação às mulheres sem parentes portadores da condição. A predisposição genética foi confirmada com a descoberta de mutações em dois genes supressores de tumor, BRCA1 e BRCA2. Essas mutações aumentam a suscetibilidade ao câncer de mama e são responsáveis por 5% dos casos de cânceres de mama na população e também estão associados a um aumento significativo no risco de câncer de ovário. Nos homens, cerca de 10% a 20% de todos os cânceres de mama estão associados com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. O câncer de mama acomete cerca de 0,1% dos homens.
A identificação de uma mutação em BRCA1 e BRCA2 em um paciente com câncer de mama é importante para o aconselhamento genético e o controle do risco de câncer para seus familiares. Os geneticistas e os oncologistas utilizam os resultados dos exames genéticos para desenvolver critérios clínicos individualizados e específicos para cada circunstância da própria paciente. Por exemplo, além da remoção do tumor, uma mulher com mutação patológica em BRCA1 pode escolher fazer a mastectomia profilática na mama não afetada.
Assim a identificação de risco aumentado para câncer de mama pela genética é uma estratégia com impacto direto no tratamento, proporcionando um diagnóstico mais precoce, uma conduta individualizada e, o mais importante, possibilita o aconselhamento familiar.
A maioria das guias para cuidados com o câncer de mama incluem que em pessoas com mais de 20% de risco, avaliado pelo perfil genético, tem indicação de mamografia anual antes de 40 anos e mesmo a indicação de ressonância magnética.
Os exames preventivos são fundamentais para que os pacientes, maioria mulheres, tenham um diagnóstico precoce do câncer de mama, já que o prognóstico nessa circunstância é otimista. O mês de Outubro é Rosa, e é dedicado a conscientização para os exames preventivos, e não podemos deixar de lado a importância do aconselhamento genético para pacientes e familiares com qualquer tipo de câncer. E lembrar que todos os meses também são Rosa quando o objetivo é a preocupação com nossa saúde e a prevenção de doenças.
Prof. Dra. Eliete Pardono – Currículo Lattes
Coordenadora dos cursos de Graduação em Ciências Biológicas e Pós-Graduação em Biomedicina Estética, Biologia Aplicada a Estética com enfase em Genômica, Inclusão Escolar: Atendimento Educacional Especializado.
Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (1996), mestrado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade de São Paulo (1999) e doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade de São Paulo (2005). Atualmente professora e coordenadora no curso de Ciências Biológicas na FACIS – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo desde 2009.