Quando se fala de vírus respiratório, o primeiro que vem a mente é o influenza H1N1. Entretanto , o vírus respiratório mais importante é o VRS . O vírus respiratório mais encontrado infectando principalmente crianças nos 2 primeiros anos de vida é o VRS. A ocorrência desse vírus tem um período bem determinado que é no outono e inverno. Nos demais estações do ano ele não é encontrado. No período de ocorrência é o vírus que mais causa infecções de vias aéreas inferiores até os 2 anos de idade (aproximadamente 70% dos casos).
Na criança até os 2 anos, a infecção pelo VRS leva ao quadro da bronquiolite e a necessidade de internação em 10% dos casos.Na bronquiolite as crianças começam com um quadro de resfriado comum , as vezes com febre,seguido de tosse e uma canseira de peito cada vez maior. Dependendo da idade e intensidade desses sintomas a criança deve ser internada.Quando em uma criança com sinais e sintomas de doença respiratória aparece uma respiração mais rápida do que o habitual procure rapidamente um médico.
Agora, essa infecção acontece também em adultos, mais nos imunodeprimidos e nos idosos, e causam ¼ da mortalidade por infecções respiratórias agudas( tanto ou mais que os vírus da influenza).
A infecção em adultos sadios pode ser repetir por mais de uma vez com acometimento principal das vias aéreas superiores principalmente na forma de sinusite.Com frequência depois da infecção aguda viral pode uma bactéria se aproveitar e dar uma infecção secundária.Ela se vale de que o sistema respiratório está com as defesas baixas pela infecção viral.
A mortalidade por esses vírus nas crianças é alta:
– 2,3% das mortes em neonatos
– 6,7% das mortes no 1º ano de vida
– 1,6% das mortes do 2º aos 4º anos de vida
É uma mortalidade elevada e tem maior risco nas crianças do que nos adultos ; são situações de risco para mortalidade :
– Cardiopatas e pneumopatas crônicos
– Menos de 6 meses de idade e prematuros
– Associação com asma, síndrome de Dowm e crianças imunodeprimidas
De um modo geral deve-se evitar o contato do grupo de risco e das crianças de baixa idade com pessoas com sinais de infecção das vias aéreas , lembrando que o adulto pode ser o transmissor.
A forma transmissão mais comum é a direta, de pessoa a pessoa, mas pode também acontecer indiretamente por contaminação do ambiente. As mãos contaminadas nas superfícies do ambiente são a outra forma frequente de transmissão lembrando que o vírus pode permanecer ativos por várias horas. Assim lavar as mãos freqüentemente e evitar contato com pessoas com infecção de vias aéreas é necessário para evitar a contaminação pelo VRS, principalmente para quem tem contacto com crianças (mais ainda com as de menos de 2 anos) e situações do grupo de risco.
Não se desenvolve imunidade definitiva, mas sim parcial. A infecção pode repetir , mas essa deverá ser mais branda. Os anticorpos recebidos durante a gravidez pela criança não a protegem da infecção.
Para o tratamento não existe medicação específica e nas crianças de baixa idade ou com fatores de risco de gravidade pode-se usar uma substância chamada palivizumab, que é um anticorpo pronto que administrado à criança faz a proteção contra infecção.
Então toda criança de risco nascidas no outono e inverno deve receber essa substância já desde o berçário .
Como resumo, a doença respiratória pelo VRS é muito mais frequente que a causada pelo influenza H1N1, tem quadros clínicos com características de gravidade, atinge adulto que pode ser um transmissor, não tem tratamento específico e nas crianças de baixa idade pode necessitar de internação.
Fique atento a essa situação ; estamos em pleno período de ocorrência desse vírus.
Prof. Dr. Evandro R. Baldacci